terça-feira, 12 de outubro de 2010

Os filhos nascem bons ou maus?

"Quais são as inclinações que se manifestam nos primeiros meses ou nos primeiros anos de sua vida? Todas vós, mães estais de acordo em afirmar que as crianças manifestam logo os germes de muitos vícios, especialmente o cíume, a inveja, a ira e a teimosia.

Se fazeis uma carícia a um outro mostra-se logo sentido, deixando-se dominar pela inveja. Ai de vós! se dais um presentinho a um deles, o outro mostra-se logo ofendido e manifesta seu ânimo exasperado contra o irmão.

Em geral, as crianças nascem cheias de defeitos e a seu tempo, manifestam-se também neles germes de sete vícios capitais. Pois bem, muitos filhos foram sempre rodeados de cuidados e jamais viram maus exemplos. Como se explica então esse problema? Direi logo em seguida: As crianças nascem más, porque procedem de uma fonte má.

Suponhamos que uma garrafa tem vinho ruim: se pusermos um pouco desse vinho em um recipiente, esse vinho será mau, porque mau era o vinho da garrafa. Pois se a mãe fosse perfeita, também os filhos seriam perfeitos. Mas a mãe tem defeitos, de quem será a culpa? Da avó, e assim remontariamos até chegar á primeira mulher, Eva, passando de mãe em mãe, de avó em avó, pois foi ela que deitou a perder o primeiro homem. Adão.

Deus os havia criado perfeitos, mas els livremente pecaram e desta maneira envenenaram as fontes do gênero humano. O sangue que corre em nossas veias é o sangue de Adão e Eva. Vêde porque as crianças nascem más.

A mãe de família deve usar de toods os remédios que nos oferece a religião para se conserver na graça de Deus e contrabalançar os efeitos nocivos do pecado original. Além disso deve procurar melhorar-se a si mesma na alma e no corpo.

Não há esforço realizado por uma mãe dirigido ao seu próprio aperfeiçoamento, nem bom pensamento ou afeto nobre ou propósito generoso de bem agir, que não produza impressão favorável em todo o organismo e não consiga vantagem sobre a função gerativa.

Pe. Humberto Gaspardo - Maternidade Cristã, ed.Paulinas - 1947.