quinta-feira, 21 de outubro de 2010

A virtude da caridade de uma futura mãe

"Uma família onde reina a paz é o paraiso. Mas a paz não pode existir sem caridade. Se se quizer saber qual a causa de tantas desavenças - que ordináriamente terminam em um dilúvio de impropérios e até de blasfêmias, e às vezes em cenas que transformam a vida conjugal e familiar, e atraem a atenção dos vizinhos - é evidente que será sempre a falta de caridade."

"Se aquela bentita mulher tivesse sabido refrear sua língua e dissimular, ou tivesse respondido com uma palavra menos áspera, o incêndio ter-se-ia apagado, e tudo teria terminado alí mesmo. Mas ao contrario, se ela quiser também dizer a sua, e da primeira seguem-se outras, chega-se ao extremo mencionado. A dureza do trato é geralmente a causa de certas antipatias que, arraigando-se no coração, convertem num verdadeiro inferno a vida conjugal."

"...sem a paz falta a boa harmonia, o amor à família, aos interesses da casa. E deste modo tudo vai mal a pior."

"O falar caritativamente, o agir com benevolência, o trato educado e correto não se aprende num momento maxime, porque mais facilmente observamos as faltas alheias e sempre estamos dispostos a aumentá-las e ao contrário, as nossas não as vemos ou se as vemos as diminuímus e desculpamos..."

"Finalmente o ESPÍRITO DE SACRIFÍCIO. Se a uma mãe falta o espírito de sacrifício falta-lhe a virtude fundamental no seu estado. Por que afinal de contas, nega uma mãe a vida a quem tem o direito de tê-la? Porque não tem espírito de sacrifício. Por que naquela casa nunca há ordem, a roupa esta suja, os filhos mal cuidados, a casa enxovalhada? Porque falta na mãe o spírito de sacrifício. Por que os filhos não rezam as orações do bom cristão e aproveitam tão pouco da escola, e não vão ao catecismo? Porque a mãe não se quer incomodar. Poderiam viver mais folgadamente, evitar gastos inúteis, se a mãe tivesse um pouco mais de espiríto de abnegação."

"Ditosas as mães que inculcam às suas filhas este espírito com exemplo e com as palavras. Este é o melhor dote que lhes possam legar."

Pe. Humberto Gaspardo - Maternidade Cristã, ed Paulinas - 1947.

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

A virtude da obediência de uma futura mãe

"Não sei se me engano, mas parece-me que a virtude da OBEDIÊNCIA torna-se cada vez mais raro. Lamentam-se constantemente as mães, de que seus filhos não querem obedecer e quando obedecem é somente depois de gritos e de ameaças, ou depois de ter recompensado a obediência com algum prêmio. A mesma dificuldade encontram os patrões para serem obedecidos por seus empregados; a ordem tem que ser repetida muitas vezes e contudo, nem sempre se é obedecido. É no entanto a obediência é muitíssimo necessária e sem ela não pode haver ordem

"Pensai no que aconteceria se algum dia os alunos se negassem a obedecer ao regulamento do colégio, se os soldados se recusassem cumprir as ordens recebidas de seus comandantes. É necessário que a futura mãe de família se acostume a obedecer, mas a obedecer sempre à sua mãe e as mães hão de ceder jamais neste particular. Quando derem uma ordem - naturalmente devem ser razoáveis - sempre devem exigir-lhes obediência a todo custo. Ai delas se cederem...

"Pense a futura mãe que se não se acostumar a obedecer em sua casa encontrará maiores dificuldades em obedecer quando for viver com seu marido. Aí terá que obedecer à sogra, à cunhada, que talvez a querem tanto como os olhos à fumaça. Talvez diga: estaremos somente meu marido e eu. Isto nem sempre é possível, ao menos por algum tempo e ainda que fosse, julga a esposa que mesmo desse modo estará livre? O matrimonio é chamado jugo, e jugo quer dizer sujeição."

"A mulher deve estar sujeita a seu marido e deve seguí-lo onde quer que ele estabeleça sua residência e prestar-lhe obediência em tudo e por tudo, se quiser viver em harmonia. E tudo isto, supondo-se que encontre um bom marido, porque se, ao contrário...então as dificuldades serão maiores."

"E que fará a pobre esposa, acostumada a mandar e não a obedecer? Quão duramente terá que expiar sua má educação e que sofrimento o seu, ter que obedecer a tantos e de tão má vontade. Que necessidade terá de ir em busca de sua mãe para desafogar-se com ela...Ditosa a jovem que desde seus mais tenros anos acostuma-se a obedecer e a dobrar a sua vontade ao jugo da obediência.

"Mães! se quereis com verdadeiro carinho a vossas filhas, sêde fortes e inflexiveis para com alas e exigi delas obediência absoluta às vossas ordens."

Padre Humberto Gaspardo - Maternidade Cristã, ed Paulinas 1947.

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Alguns pensamentos fundamentais de Dom Bosco para os Educadores

"Tenhamos presente que se a força pune o vício, não cura o vicioso. Assim como não se cultiva uma planta tratando-a com aspereza e violência, assim não é possível educar a vontade sobrecarregando-a com um jugo pesado demais".

"O Educador entre os alunos procure fazer-se amar se quer fazer-se respeitar".

"A familiaridade gera o afeto e o afeto produz confiança. Isso é que abre os corações".

" Se queremos saber mandar, temos primeiro saber obedecer, procurando impor mais com o amor do que com o temor".

"Cheios de paciência e de caridade, aguardemos, em nome de Deus, o momento oportuno para corrigir os alunos". "Não castigue ninguém no próprio instante em que se cometeu a falta".

"Que sua língua não fale uma só palavra enquanto tiver o coração agitado".

"Em determinados momentos muito graves, vale mais uma recomendação a Deus, um ato de humildade perante ele, do que uma tempestade de palavras que só fazem mal a quem as ouve e não tem proveito algum para quem as merece". "Pensem sempre naquilo que Deus pode dizer de vocês, não naquilo que de vocês, bem ou mal, podem dizer os homens".

terça-feira, 12 de outubro de 2010

Os filhos nascem bons ou maus?

"Quais são as inclinações que se manifestam nos primeiros meses ou nos primeiros anos de sua vida? Todas vós, mães estais de acordo em afirmar que as crianças manifestam logo os germes de muitos vícios, especialmente o cíume, a inveja, a ira e a teimosia.

Se fazeis uma carícia a um outro mostra-se logo sentido, deixando-se dominar pela inveja. Ai de vós! se dais um presentinho a um deles, o outro mostra-se logo ofendido e manifesta seu ânimo exasperado contra o irmão.

Em geral, as crianças nascem cheias de defeitos e a seu tempo, manifestam-se também neles germes de sete vícios capitais. Pois bem, muitos filhos foram sempre rodeados de cuidados e jamais viram maus exemplos. Como se explica então esse problema? Direi logo em seguida: As crianças nascem más, porque procedem de uma fonte má.

Suponhamos que uma garrafa tem vinho ruim: se pusermos um pouco desse vinho em um recipiente, esse vinho será mau, porque mau era o vinho da garrafa. Pois se a mãe fosse perfeita, também os filhos seriam perfeitos. Mas a mãe tem defeitos, de quem será a culpa? Da avó, e assim remontariamos até chegar á primeira mulher, Eva, passando de mãe em mãe, de avó em avó, pois foi ela que deitou a perder o primeiro homem. Adão.

Deus os havia criado perfeitos, mas els livremente pecaram e desta maneira envenenaram as fontes do gênero humano. O sangue que corre em nossas veias é o sangue de Adão e Eva. Vêde porque as crianças nascem más.

A mãe de família deve usar de toods os remédios que nos oferece a religião para se conserver na graça de Deus e contrabalançar os efeitos nocivos do pecado original. Além disso deve procurar melhorar-se a si mesma na alma e no corpo.

Não há esforço realizado por uma mãe dirigido ao seu próprio aperfeiçoamento, nem bom pensamento ou afeto nobre ou propósito generoso de bem agir, que não produza impressão favorável em todo o organismo e não consiga vantagem sobre a função gerativa.

Pe. Humberto Gaspardo - Maternidade Cristã, ed.Paulinas - 1947.

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

“Sempre trabalhei com amor”

“ Antes de mais nada, se queremos ser amigos do verdadeiro bem dos nossos alunos e levá-los ao cumprimento de seus deveres, é indispensável jamais vos esquecerdes de que representais os pais desta querida juventude. Ela sempre foi o terno objeto dos meus trabalhos, dos meus estudos e do meu ministério sacerdotal; não apenas meu, mas da cara congregação salesiana.
Quantas vezes, meus filhinhos, no decurso de toda a minha vida, tive de me convencer desta grande verdade! É mais fácil encolerizar-se do que ter paciência, ameaçar uma criança do que persuadi-la. Direi mesmo que é mais cômodo, para nossa impaciência e nossa soberba, castigar os que resistem do que corrigi-los, suportando os com firmeza e suavidade.
Tomai cuidado para que ninguém vos julgue dominados por um ímpeto de violenta indignação. É muito difícil, quando se castiga, conservar aquela calma tão necessária para afastar qualquer dúvida de que agimos para demonstrar a nossa autoridade ou descarregar o próprio mal humor.
Consideremos como nossos filhos aqueles sobre os quais exercemos certo poder. Ponhamo-nos a seu seviço, assim como Jesus, que veio para obedecer e não para dar ordens; envergonhemo-nos de tudo o que nos possa dar aparência de dominadores; e se algum domínio exercemos sobre eles, é para melhor servirmos.
Assim procedia Jesus com seus apóstolos; tolerava-os na sua ignorância e rudeza, e até mesmo na sua pouca fidelidade. A afeição e a familiaridade com que tratava os pecadores eram tais que em alguns causava espanto, em outros escândalo, mas em muitos infundia a esperança de receber o perdão de Deus. Por isso nos orsenou que aprendêssemos dele a ser mansos e humildes de coração.
Uma vez que são nossos filhos, afastemos toda cólera quando devemos corrigir-lhes as faltas ou, pelo menos, a moderemos de tal modo que pareça totalmente dominada.
Nada de agitação de ânimo, nada de desprezo no olhar, nada de injúrias nos lábios; então sereis verdadeiros pais se conseguirem uma verdadeira correção.
Em determinados momentos muito graves, vale mais uma recomendação a Deus, um ato de humildade perante ele, do que uma tempestade de palavras que só fazem mal a quem as ouve e não e não tem proveito algum para quem as merece. ”

São João Bosco - Dom Bosco (1815-1888), citado em: "Liturgia das Horas-vol III", págs.1225-1226, Ed.Vozes, 1996.

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Como uma mãe deve proceder com seu filho.

"Uma pobre mãe empregou toda a sua vida em criar e educar o seu filho e agora esse filho esquece-se de tudo, da seu coração a outros, e não somente se mostra frio mas também em certas ocasiões é cruel para com sua mãe."

"Não é este um fato doloroso? Há filhos que negam às próprias mães aquilo que lhe é devido a acrescentam às feridas que as fazem chorar, a privação das coisas de primeira necessidade. Pobres mães desconsoladas! A ingratidão é sempre uma espada que transpassa o coração, mas a ingratidão de um filho para com sua mãe, principalmente quando já está ela acabrunhada pelos anos e pelos sacrifícios, é um delito de tal natureza que provoca a maldição de Deus"

"Mas qual é a causa de um fato tão digno de ser deplorado? O ambiente? Os companheiros? Os desgostos de família? O vício? Todas estas coisas tem a sua parte, mas o mal, nem sempre, porém, mas muitas vezes, deve ser atribuído a mesma mãe, que não soube conquistar o coração do filho.
É preciso conquistar o coração de seu filho? Isso será necessário para uma professora, para uma preceptora, para um superior com relação aos seus súditos, mas nunca para uma mãe que naturalmente possui já o coração de seus filhos. É mãe! E basta!"

"Com efeito, o segredo para se conquistar um coração é o amor. Pois bem. Quem pode amar mais que uma mãe? A mãe comunica a vida ao filho, nutre-o primeiro com seu próprio sangue, depois com seu leite, ve na criança uma parte de si mesma e por isso ama-a mais que a si mesma."

"Que sacrifício se recusaria mais a fazer uma mãe pelo fruto de suas entranhas? Priva-se do necessário, vive para ele e por ele se consome.
Há mães felizes, verdadeiramente invejadas, que gozam no meio de seus filhos de todas as honras devidas à dignidade materna. São amadas, obedecidas, respeitadas. Os filhos, à porfia, esforçam-se para dar à mãe demonstrações de sincero afeto.
Mães verdadeiramente felizes souberam conquistar o coração de seus filhos?
Mas o que se deve fazer para consegui-los? Primeiramente, é isso possível? Com toda certeza, é nisso que se apoia a felicidade de uma mãe de família. No modo de o conseguir há mães se enganam miseravelmente. Cuidam que para ganhar o coração dos filhos nunca devem contradize-los nem desgostá-los, mas satisfazerem-lhes todas as vontades. Fomentam seus caprichos e quando se tornam intratáveis procuram acalmá-los com beijos, carícias,, presentes, promessas e palavras ternas."

"Se há coisa mais prejudicial para os filhos é certamente esse modo de agir.
O coração da criança é um viveiro de todas as paixões, boas e más. Se as más inclinações são reprimidas em tempo, acalmam-se e até mesmo, as vezes, desaparecem, mas, ao contrário, se elas dominam, pior ainda se não fomentadas, crescem desmesuradamente e chegam a tiranizar seu coração."

"A mãe que acaricia excessivamente os seus filhos, que lhes faz a vontade em tudo, agasalha em seus corações um ninho de serpentes que com o tempo devorarão o amor filial."

"Ao contrario para granjear o amor de seus filhos é preciso amá-los com amor, ainda que terno, racional e santo. Convém não esquecer que é necessário guiar-se, mais que pelo coração, pela razão.
Respeite a mãe a seus filhos, um grande inconveniente para se conquistar o carinho são as palavras injuriosas, os ditos degradantes, a cólera e os castigos injustos.
Semelhantes procedimentos servem somente para exasperar os filhos e faze-los perder o respeito, nunca para educá-los. Nunca deverá corrigi-los quando notar que estão excitados. Seja amável, mas enérgica. Use de boas maneiras, para com eles: ficarão sem dúvida gravada por muito tempo em sua alma estas delicadezas. A arte de educar aprende-se aos pés do Sacrário. Sem religião não é possível ser bons educadores."

Pe. Humberto Gaspardo - Maternidade Cristã - ed. Paulinas 1947.