quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Como uma mãe deve proceder com seu filho.

"Uma pobre mãe empregou toda a sua vida em criar e educar o seu filho e agora esse filho esquece-se de tudo, da seu coração a outros, e não somente se mostra frio mas também em certas ocasiões é cruel para com sua mãe."

"Não é este um fato doloroso? Há filhos que negam às próprias mães aquilo que lhe é devido a acrescentam às feridas que as fazem chorar, a privação das coisas de primeira necessidade. Pobres mães desconsoladas! A ingratidão é sempre uma espada que transpassa o coração, mas a ingratidão de um filho para com sua mãe, principalmente quando já está ela acabrunhada pelos anos e pelos sacrifícios, é um delito de tal natureza que provoca a maldição de Deus"

"Mas qual é a causa de um fato tão digno de ser deplorado? O ambiente? Os companheiros? Os desgostos de família? O vício? Todas estas coisas tem a sua parte, mas o mal, nem sempre, porém, mas muitas vezes, deve ser atribuído a mesma mãe, que não soube conquistar o coração do filho.
É preciso conquistar o coração de seu filho? Isso será necessário para uma professora, para uma preceptora, para um superior com relação aos seus súditos, mas nunca para uma mãe que naturalmente possui já o coração de seus filhos. É mãe! E basta!"

"Com efeito, o segredo para se conquistar um coração é o amor. Pois bem. Quem pode amar mais que uma mãe? A mãe comunica a vida ao filho, nutre-o primeiro com seu próprio sangue, depois com seu leite, ve na criança uma parte de si mesma e por isso ama-a mais que a si mesma."

"Que sacrifício se recusaria mais a fazer uma mãe pelo fruto de suas entranhas? Priva-se do necessário, vive para ele e por ele se consome.
Há mães felizes, verdadeiramente invejadas, que gozam no meio de seus filhos de todas as honras devidas à dignidade materna. São amadas, obedecidas, respeitadas. Os filhos, à porfia, esforçam-se para dar à mãe demonstrações de sincero afeto.
Mães verdadeiramente felizes souberam conquistar o coração de seus filhos?
Mas o que se deve fazer para consegui-los? Primeiramente, é isso possível? Com toda certeza, é nisso que se apoia a felicidade de uma mãe de família. No modo de o conseguir há mães se enganam miseravelmente. Cuidam que para ganhar o coração dos filhos nunca devem contradize-los nem desgostá-los, mas satisfazerem-lhes todas as vontades. Fomentam seus caprichos e quando se tornam intratáveis procuram acalmá-los com beijos, carícias,, presentes, promessas e palavras ternas."

"Se há coisa mais prejudicial para os filhos é certamente esse modo de agir.
O coração da criança é um viveiro de todas as paixões, boas e más. Se as más inclinações são reprimidas em tempo, acalmam-se e até mesmo, as vezes, desaparecem, mas, ao contrário, se elas dominam, pior ainda se não fomentadas, crescem desmesuradamente e chegam a tiranizar seu coração."

"A mãe que acaricia excessivamente os seus filhos, que lhes faz a vontade em tudo, agasalha em seus corações um ninho de serpentes que com o tempo devorarão o amor filial."

"Ao contrario para granjear o amor de seus filhos é preciso amá-los com amor, ainda que terno, racional e santo. Convém não esquecer que é necessário guiar-se, mais que pelo coração, pela razão.
Respeite a mãe a seus filhos, um grande inconveniente para se conquistar o carinho são as palavras injuriosas, os ditos degradantes, a cólera e os castigos injustos.
Semelhantes procedimentos servem somente para exasperar os filhos e faze-los perder o respeito, nunca para educá-los. Nunca deverá corrigi-los quando notar que estão excitados. Seja amável, mas enérgica. Use de boas maneiras, para com eles: ficarão sem dúvida gravada por muito tempo em sua alma estas delicadezas. A arte de educar aprende-se aos pés do Sacrário. Sem religião não é possível ser bons educadores."

Pe. Humberto Gaspardo - Maternidade Cristã - ed. Paulinas 1947.