quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

A Infância

"...A criança chegando ao sete anos começa a ter o uso da razão, isto é, começa a distinguir o bem do mal, a fazer atos humanos e por isso mesmo, suas ações serão meritórias se forem boas, cometerá pecados se foram más. Porque aos sete anos com o uso da razão começa o LIVRE ARBÍTRIO, isto é a liberdade de agir de fazer o bem e o mal.

Se a mãe quer ser boa educadora, deve tê-lo presente e assim, aos sete anos há de tratá-los não como crianças mas como adultos. Esta é uma regra do bom educador: Incita, deixa agir, guia, corrige; educar quer dizer ensinar a fazer bom uso de suas faculdades. A criança, aos sete anos, começa a adquirir a razão e a liberdade, portanto a mãe deve ensinar-lhe como há de usar ambas. Isto entende-se dentro dos limites da capacidade da criança. Educar quer dizer ensinar a governar-se a si mesmo.

Pois bem a mãe não deve se contentar em dizer à criança vá rezar tuas orações! Deve procurar o modo de fazê-la compreender e inculcar-lhe que Deus é nosso Pai, que é o doador de tudo, que nos quer muito e que muito se alegra quando as crianças rezam bem suas orações. Para ela apresentar-lhe exemplos de crianças que rezam de boa vontade...

Educada deste modo, a mãe deverá louvar a criança quando expontaneamente ela fizer como lhe foi ensinado, fazendo- lhe ver que já é um adulto, que já sabe rezar sozinho e desta maneira, começa a criança a compreender que é coisa honrosa fazer o bem por conta própria.

Mas quando a criança não quer rezar? Então é conviniente que a mãe examine se escolheu o momento oportuno ou se não usou de palavras ásperas ou modos violentos...

Dos dez aos quatorze anos dá-se um desenvolvimento notável tanto no físico como no moral. Deve a mãe tê-lo em grande conta se quiser tirar proveito da educação dos filhos.

No que se refere à inteligência, nessa idade a criança compreende muito e até demais. Nessa idade seu coração começa a sentir o estímulo de muitas paixões. São propensos a ira e a vingança; são por vezes altivos, teimosos e obstinados; neles cresce o amor a independência.

Dois meios são muito importantes a oração e o repouso. Já que naturalmente nessa idade diminui o amor à oração e à frequência dos sacramentos, é preciso vencer essa repugnância do melhor modo possível. Quanto ao repouso é difícil ponderar-lhe a importância em ir-se logo para a cama e levantar-se cedo. Indo deitar-se logo evitam-se inúmeros perigos; levantando-se bem cedo obtém-se vantagens de ordem econômica, religiosa, higiênica e moral.

Padre Gaspardo Humberto - Maternidade Cristã - Ed Paulinas, 1947.